Sobre

O que foi feito daquele som que ouvíamos nas ruas, aquelas flautas que tocavam tonalidades que subiam, desciam e voltavam a subir?

Anunciavam a presença do amolador. Há quem diga que nalguns sítios com eles se anunciava a vinda das chuvas, noutros a chegada de boa sorte, mas o que é certo é que naqueles sítios o que se esperava era o retorno do artesão, do mestre.

O que foi feito do amolador? O que foi da profissão?

Uma profissão que durante séculos esteve presente nas aldeias e cidades. Profissão nómada, andante, que vivia do contacto com as pessoas, de bater às portas, de prestar um serviço.

Porque o amolador é um prestador de serviços. Cuida, repara e recupera ferramentas. Ferramentas básicas que todos usamos, uma faca para cortar o pão, ou ferramentas especializadas que só alguns utilizam, como uma goiva para talhar a madeira.

Acaso desapareceram todas estas necessidades? Já não fatiamos o pão? O carpinteiro deixou de talhar? O cozinheiro de picar? O alfaiate não corta padrões? O jardineiro parou de podar, de decepar, de …?
Bem pelo contrário, estamos ali e estão ali; e as necessidades são as mesmas. Só precisamos de ouvir o som da flauta.

E não estamos em tempos em que seja boa ideia fomentar a cultura do usar e deitar fora, nem tudo tem que ser descartável. Podemos recuperar. Neste caso recuperar uma profissão que vive do recuperar, recuperar a estima pelas coisas, pelo cuidado das coisas. Que vive de recuperar o trabalho manual, artesanal, feito com cuidado. Que vive de recuperar o contacto com as pessoas, de passar do anonimato ao nome próprio.
Agora existe a possibilidade de que isto aconteça. Existe a procura do serviço e a iniciativa Reboloção! cria a oferta. Cria um programa de formação para pessoas que queiram sair do desemprego e acreditem numa profissão do passado como meio para o seu futuro.

Uma formação intensiva e gratuita onde se podem aprender as técnicas da profissão. O porquê de umas ferramentas se rectificarem duma maneira e outras de uma forma diferente. Quais são os melhores lugares para arranjar clientes e a melhor maneira de se aproximar a eles. Os segredos do ofício. Conhecimentos que serão transmitidos pelo mestre amolador do Mercado do Bolhão, neto e filho de amoladores com mais de doze anos de experiência e claro exemplo de que a paixão por esta profissão é possível entre as pessoas mais novas.

Esta iniciativa contempla também o financiamento gratuito de equipamento desenvolvido especificamente para poder exercer a profissão e a formação no seu traquejo e manutenção.

E por último o programa de formação ensinará e acompanhará em tudo o que for necessário para que estes novos amoladores possam criar o seu trabalho por conta própria, assessorados por um micro plano de negócios pessoal. 

A iniciativa Reboloção!, com o apoio do Manobras no Porto 2012 e a colaboração do Espaço T e Cidade das profissões, põe sobre a mesa os elementos necessários para permitir o retorno daquele som familiar.



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¿Qué fue de aquellos sonidos que se escuchaba en las calles, aquellas tonalidades que subían, bajaban, y volvían a subir?
Anunciaban la presencia del afilador. En algunos sitios con ellos se esperaba la llegada de lluvia, en otros la llegada de buena suerte, pero en todos ellos lo que se esperaba era la llegada del artesano, del maestro.
¿Qué fue del afilador? ¿Qué ha sido de la profesión?
Una profesión que durante siglos ha estado presente en aldeas, en ciudades. Profesión nómada, andante, que vivía del contacto con la gente, del llamar a las puertas, del prestar un servicio.
Porque el afilador es un prestador de servicios. Cuida, repara y recupera herramientas. Herramientas básicas que todos utilizamos, un cuchillo para cortar el pan, o herramientas especializadas que solo algunos usan como una gubia para tallar la madera.
¿Acaso han desaparecido estas necesidades?, ¿No cortamos pan?, ¿El carpintero no talla?, ¿El cocinero no trocea?, ¿El jardinero no poda?, ¿El sastre no hace patrones?…
Todo lo contrario, estamos y están aquí, y las necesidades son las mismas. Solo necesitamos oír el sonido de una flauta.
Y no estamos en tiempos en que parezca buena idea fomentar la cultura del usar y tirar, no todo tiene que ser desechable. Podemos recuperar. En este caso recuperar una profesión que vive del recuperar, recuperar la estima por las cosas, por el cuidado de las cosas. Que vive del recuperar el trabajo manual, artesanal, hecho con cuidado. Que vive del recuperar el contacto con las personas en la calle, del pasar del anonimato al nombre propio.
Ahora existe la posibilidad de que esto ocurra. Existe la demanda del servicio y la iniciativa Reboloção! crea la oferta.
Una formación intensiva donde aprender las técnicas de la profesión. Porqué unas herramientas se rectifican de una manera y otras de una forma diferente, cuales son los mejores lugares para encontrar clientes y la mejor manera de aproximarse a ellos
La financiación gratuita del equipamiento desarrollado específicamente para poder ejercer la profesión y formación en su manejo y mantenimiento.
Y toda la información y acompañamiento necesario para que estos nuevos afiladores puedan crear sus nuevos puestos de trabajo por cuenta propia.


La iniciativa Reboloção!, con el apoyo de Manobras no Porto 2012 y la colaboración de Espaço T y Cidade das profissões, pone sobre la mesa los elementos necesarios a que vuelva eso sonido tan familiar.




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